
Aqui vamos falar do que acontece a partir desse momento mas há que ter em consideração que existem protocolos diferentes nas várias instituições implicando, desta forma, variações nos procedimentos.
A barriga desce cerca de 2 semanas antes do parto na mulher que está grávida pela primeira vez e durante o parto na mulher que já esteve grávida outra (s) vez (es).
Para o trabalho de parto se iniciar naturalmente há uma combinação de factores como a excitação das fibras musculares da parede do útero pela sobredistenção dos músculos uterinos devido ao crescimento fetal, a interrupção do equilíbrio hormonal que mantém a gravidez e a libertação de mediadores químicos para o líquido amniótico pelo feto.
O tamanho da cabeça do feto, a sua apresentação, situação, atitude e variedade influenciam a sua descida pelo canal de parto. É por isto que é importante a observação à chegada à Maternidade.
A cabeça do feto é constituída por pequenos ossos curvos, unidos por tecidos membranosos e elásicos, as suturas que permitem que o formato da cabeça se altere, o que facilita a passagem no canal vaginal. As suturas formam as fontanelas (moleirinha). A parte maior do feto que tem que passar no canal de parto é a cabeça e a forma como ele passa melhor no canal de parto é de cabeça para baixo (apresentação cefálica) e com o queixo encostado ao peito, bem como com as costas, as coxas e as pernas flectidas e braços cruzados sobre o tórax (atitude de flexão). O cordão umbilical encontra-se, habitualmente, entre os braços e as pernas de forma a não sair antes do bebé.
Na posição de pé o corpo da mulher é sustentado pelos dois membros inferiores através da bacia que é um conjunto de três ossos. O sacro fica atrás, é triangular e na extremidade inferior tem o cóccix (a parte terminal da coluna vertebral), é côncavo à frente e nos lados tem orificios por onde passam os nervos sagrados da espinal medula. De cada lado tem os ossos ilíacos que têm duas partes, uma mais larga, vertical acima e atrás, limitada na parte superior por uma crista (reconhecidas como as ancas) e outra horizontal à frente que se articulam uma com a outra constituindo a sínfise púbica, abaixo da qual a cabeça da criança vai rodar na altura da expulsão.
Excepto em situações muito específicas a bacia pode sempre adaptar-se de modo a deixar passar o bebé, quaisquer que sejam as suas características e a preparação para o parto pode auxiliar esta adaptação.
Para passar mais facilmente no canal de parto, o feto roda a cabeça de maneira a ficar a olhar para a parte de trás da mãe, rodando de volta à posição original depois de sair (variedade occipito-púbica).
No primeiro estádio do trabalho de parto (período de latência) as contracções são de intensidade variada e o saco da águas (bolsa das águas) pode romper ou não nesta fase e inicia-se a dilatação.
As contracções do trabalho de parto têm intervalos de 10 em 10 minutos inicialmente passando a intervalos de cerca de 1 muito já no final. Servem para apagar o colo, promovem a dilatção e são essenciais para a expulsão do feto.
Nas nulíparas primeiro há apagamento (nos primeiros 4 a 5 cm) e depois a restante dilatação que é mais rápida. Nas multíparas o apagamento e a dilatação ocorrem em simultâneo.
O período expulsivo é o segundo estádio do trabalho de parto que se inicia quando a dilatação se completa até à expulsão do feto.
No trabalho de parto pode ser necessária uma episiotomia para evitar a laceração do perineo.
Depois da expulsão o útero contrai e expulsa a placenta, o que constitui o terceiro estádio do trabalho de parto (período da dequitadura).