segunda-feira, 29 de junho de 2009

ASPECTOS ANATOMO-FISIOLÓGICOS DO PARTO


Quando o trabalho de parto se inicia está na altura de se organizar e ir para a Maternidade, ou seja, quando as contracções dolorosas se tornam ritmadas, quando há ruptura do saco das águas ou quando há algum sinal de complicação como diminuição dos movimentos do feto, hemorragia vaginal, dor de cabeça muito forte, visão turva, ardor ao urinar, corrimento vaginal com cheiro fétido,
Aqui vamos falar do que acontece a partir desse momento mas há que ter em consideração que existem protocolos diferentes nas várias instituições implicando, desta forma, variações nos procedimentos.
A barriga desce cerca de 2 semanas antes do parto na mulher que está grávida pela primeira vez e durante o parto na mulher que já esteve grávida outra (s) vez (es).
Para o trabalho de parto se iniciar naturalmente há uma combinação de factores como a excitação das fibras musculares da parede do útero pela sobredistenção dos músculos uterinos devido ao crescimento fetal, a interrupção do equilíbrio hormonal que mantém a gravidez e a libertação de mediadores químicos para o líquido amniótico pelo feto.
O tamanho da cabeça do feto, a sua apresentação, situação, atitude e variedade influenciam a sua descida pelo canal de parto. É por isto que é importante a observação à chegada à Maternidade.
A cabeça do feto é constituída por pequenos ossos curvos, unidos por tecidos membranosos e elásicos, as suturas que permitem que o formato da cabeça se altere, o que facilita a passagem no canal vaginal. As suturas formam as fontanelas (moleirinha). A parte maior do feto que tem que passar no canal de parto é a cabeça e a forma como ele passa melhor no canal de parto é de cabeça para baixo (apresentação cefálica) e com o queixo encostado ao peito, bem como com as costas, as coxas e as pernas flectidas e braços cruzados sobre o tórax (atitude de flexão). O cordão umbilical encontra-se, habitualmente, entre os braços e as pernas de forma a não sair antes do bebé.
Pode haver uma evolução da apresentação no trabalho de parto em que o feto se posiciona facilitando o trabalho de parto mesmo estando inicialmente numa posição menos favorável, no entanto há outras posições além das referidas que podem condicionar a decisão na escolha entre um parto normal e uma cesariana como quando o feto as costas do feto estão perpendculares às costas da mãe (situação transversa).
Na posição de pé o corpo da mulher é sustentado pelos dois membros inferiores através da bacia que é um conjunto de três ossos. O sacro fica atrás, é triangular e na extremidade inferior tem o cóccix (a parte terminal da coluna vertebral), é côncavo à frente e nos lados tem orificios por onde passam os nervos sagrados da espinal medula. De cada lado tem os ossos ilíacos que têm duas partes, uma mais larga, vertical acima e atrás, limitada na parte superior por uma crista (reconhecidas como as ancas) e outra horizontal à frente que se articulam uma com a outra constituindo a sínfise púbica, abaixo da qual a cabeça da criança vai rodar na altura da expulsão.
No decorrer da gravidez a mulher pode sentir dor (confundida com “dor nos rins”) devido à distensão dos ligamentos entre estes três ossos, o que permitirá aumentar a amplitude da bacia e facilita a descida da cabeça do bebé pelo trajecto.
Excepto em situações muito específicas a bacia pode sempre adaptar-se de modo a deixar passar o bebé, quaisquer que sejam as suas características e a preparação para o parto pode auxiliar esta adaptação.
Para passar mais facilmente no canal de parto, o feto roda a cabeça de maneira a ficar a olhar para a parte de trás da mãe, rodando de volta à posição original depois de sair (variedade occipito-púbica).
Para garantir que tudo está bem com o feto é realizado um registo cardiotocográfico mantendo-se esta monitorização fetal intraparto durante todo o trabalho de parto. Este registo permite-nos avaliar a frequência cardíaca do feto, que é um bocadinho mais elevada que a frequência cardíaca da mãe.
No primeiro estádio do trabalho de parto (período de latência) as contracções são de intensidade variada e o saco da águas (bolsa das águas) pode romper ou não nesta fase e inicia-se a dilatação.
As contracções do trabalho de parto têm intervalos de 10 em 10 minutos inicialmente passando a intervalos de cerca de 1 muito já no final. Servem para apagar o colo, promovem a dilatção e são essenciais para a expulsão do feto.
Nas nulíparas primeiro há apagamento (nos primeiros 4 a 5 cm) e depois a restante dilatação que é mais rápida. Nas multíparas o apagamento e a dilatação ocorrem em simultâneo.
O período expulsivo é o segundo estádio do trabalho de parto que se inicia quando a dilatação se completa até à expulsão do feto.
No trabalho de parto pode ser necessária uma episiotomia para evitar a laceração do perineo.
Depois da expulsão o útero contrai e expulsa a placenta, o que constitui o terceiro estádio do trabalho de parto (período da dequitadura).

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